Para verificar o grau de subrepresentação da população brasileira de pessoas negras e índigenas no Poder Judiciário, centramos esse relatório na contraposição dos percentuais de pessoas negras e indígenas em três documentos públicos: a Pesquisa Sobre Negros e Negras no Poder Judiciário, realizado em 2021 pelo Conselho Nacional de Justiça; o levantamento Perfil Étnico-Racial do Ministério Público Brasileiro, de 2023; e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, de 2022. 

Para que a comparação resultasse no retrato mais fiel possível em cada uma das instâncias e localidades a que essas instituições representam, a análise de dados realizada debruçou-se tanto na relação de diferença numérica, de pontos percentuais, quanto no percentual de representatividade.

Em razão da notória subrepresentação de mulheres nessas instituições, também foram realizadas análises específicas sobre esse gênero. Para verificar o impacto das políticas de cotas para o serviço público nessas instituições tem surtido o efeito desejado, avaliamos ainda se os percentuais de representantes negros e indígenas aumentaram, diminuiram ou permaneceram estáveis nos últimos anos – quando disponível, também avaliamos essa perspectiva sob a ótica da distribuição racial dos servidores por tempo de serviço.

Por fim, entendendo que o papel de um relatório como esse é provocar debates e, por conseguinte, mudanças, analisamos o quanto os atuais quadros dessas instituições deveriam ser acrescidos – ou quantos dos servidores precisariam ser substituídos se mantido o cenário atual – para alcançar a representatividade numérica do perfil étnico-racial da população brasileira.

Observações

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *